Plebiscito popular em São João del-Rei
- Daniela Mendes
- 3 de jul.
- 2 min de leitura
Votação vai até 7 de setembro, com urnas itinerantes em eventos e locais públicos; campanha alerta para impacto da jornada incessante das mulheres.

Ontem (3), São João del-Rei recebeu a versão municipal do lançamento do Plebiscito Popular pelo Fim da Escala 6x1 e pela Taxação dos Super-Ricos. A iniciativa, organizada por movimentos populares, centrais sindicais, partidos progressistas e entidades da sociedade civil, pretende mobilizar a população em torno de duas pautas que, segundo os organizadores, têm sido bloqueadas por um Congresso de maioria conservadora.

Apesar de não ter força legal, o plebiscito busca gerar pressão popular e reacender o debate público sobre as condições de trabalho no Brasil e a desigualdade na distribuição de renda no ambiente real, longe da desinformação das redes sociais. A votação que ocorre até o dia 7 de setembro, também estará de forma on-line, mas urnas itinerantes devem circular em espaços públicos e eventos populares, como as festas julinas, em busca de um debate presencial e mais acolhedor.
A estratégia inclui mutirões semanais para ampliar o alcance e garantir a adesão de diferentes setores da população. O plebiscito quer unificar e conscientizar as pessoas em torno das questões concretas, que dialogam com as necessidades dos trabalhadores, mas que vêm enfrentando resistência política e econômica.
Todas as cidades podem fazer o seu. No site oficial do plebiscito, é possível acessar informações detalhadas, entrar em grupos de WhatsApp e até cadastrar urnas físicas de votação, tanto por pessoas quanto por entidades. A divulgação dos resultados está prevista para 6 de outubro.
Escala 6x1 é pior para mulheres
Um dos focos centrais da campanha destacado na reunião de ontem, foi o recorte de gênero. Para mulheres, a jornada 6x1 representa uma sobrecarga ainda maior. Após o expediente formal, muitas seguem acumulando tarefas domésticas e responsabilidades familiares, como o cuidado com filhos, idosos e a manutenção da casa, o que configura uma dupla jornada não remunerada.

Essa lógica desconsidera que, na prática, as mulheres não têm um dia real de descanso. E isso compromete a saúde física, emocional, reprodutiva, apesar de fazer girar a economia, como afirmou
uma das organizadoras do plebiscito, Marina Campos, presidenta do Psol São João del-Rei. Especialistas apontam impactos como estresse, exaustão crônica, aumento de sintomas relacionados à TPM, endometriose e outras condições de saúde feminina.
Além disso, mulheres em cargos de menor remuneração costumam ter menos acesso a políticas de flexibilização, como home office ou escalas alternativas, o que agrava as desigualdades já existentes no mercado de trabalho.
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