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Estrela na Terra

  • Foto do escritor: Daniela Mendes
    Daniela Mendes
  • 25 de fev. de 2021
  • 12 min de leitura

Atualizado: 23 de abr. de 2021

Aos oitenta anos, Celeste Estrela, essa poeta de Carangola (MG) e naturalizada carioca, consegue realizar o sonho de voltar a Minas Gerais. E não vem de mãos vazias.

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Celeste Estrela veio convidada pelo Festival Artes Vertentes. Foto Divulgação modificada/ Marlon de Paula

Ela tinha o desejo de pisar na Minas Gerais novamente, de onde foi tirada mocinha para morar com a mãe no Rio de Janeiro. No ano passado, 2020, a escritora Celeste Estrela fez essa viagem aos oitenta anos e a cidade de Tiradentes a recebeu. Ainda não era sua terra natal, Carangola. Mas ela veio satisfeita no que no popular nos referimos a “visita de beija-flor”.

É que quatro dias é nada quando o encontro é genuíno. Convidada em novembro para compor uma mesa no ciclo de palestras do Festival Artes Vertentes, com o tema "Água Substantivo Feminino", tinha a agenda de escritora apertada entre passeios, almoços e eventos.


A sanitarista Kaline Russo, que está morando em Tiradentes e conhecia Celeste de movimentos culturais e feministas no Rio de Janeiro, foi a culpada pela visita agitada. Mas com todo cuidado também de compartilhar a poeta com moradores. Teve a ideia de fazer uma tarde de autógrafos do livro Coroação Preta, de Celeste Estrela, junto com a empresária Áurea Simões, que preparou no restaurante dela café e quitutes bem mineiros.


Celeste Estrela chegou vestida de turbante e túnica amarela com motivos africanos estampados. Olhar sereno emoldurado de pele retinta e aveludada, tudo nela já convidava as mulheres ali presentes em maioria à poesia viva que ela trazia. Também ali, acertou com a Mana um almoço oferecido por ela para juntar os amigos e a gente conversar.


Ao mesmo tempo, são tempos cheios de restrições, em que não podemos nos abraçar. Não nos esquecemos das vidas perdidas e um clima bélico contra o inimigo invisível. A Covid-19, é a pior pandemia mundial desde a gripe espanhola de 1918. Mas estar com Celeste Estrela nos permitiu um respiro, essa espécie de esperança e fé que só uma artista genuína pode inspirar.


Coroação Preta

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"Celeste Estrela nos leva a afirmar que a poesia é um sentimento de pertença do ser humano. As pessoas são poéticas todas". Conceição Evaristo, em prefácio do livro da poeta.





A teórica feminista, bell hooks diz que não se pode simplesmente opor-se ao racismo. No espaço vazio, após alguém ter se oposto e resistido, ainda há a necessidade de se reinventar. Ao que a escritora e teórica Grada Kilomba, ao citar a americana em seu livro “Memórias da Plantação”, diz que por isto, para a mulher preta, escrever é uma forma de tornar-se sujeito.


O que fica muito claro, quando você conversa com Celeste. “Essa [poesia] aqui sabe por que eu gosto? Essa aqui eu sou muito humilhada. É um sofrimento danado que eu passo aqui, mas eu gosto porque hoje, o que eu passei aqui eu estou desforrando. Eu que tô humilhando eles. Estou falando o que sou hoje”, aponta e ri para sua obra para ler logo em seguida.


É sobre essa operação o livro de Celeste Estrela, Coroação Preta. Uma espécie de biografia em versos com intervalos em prosa. O prefácio da escritora Conceição Evaristo, abre o caminho de uma ponte literária do passado para o presente. Trajetória de uma vida rural na infância em Minas Gerais até se transformar em uma das baluartes da velha guarda da escola de samba da comunidade de Manguinhos, no Rio de Janeiro.


Chama da vida


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Muito afeto envolvido. Celeste e Kaline. Foto: Lidi Lobo
"Fogão de lenha era coisa da época, que ela fazia com muito carinho a nossa alimentação do dia-a-dia. Lenço amarradinho na cabeça, saiote até os pés, (...)". Celeste Estrela, Coroação Preta

A poesia de Celeste Estrela só precisa de uma primeira chama para nascer. “Tem que ter sempre um motivo pra mim escrever assim, um tema. Às vezes uma pergunta, uma coisa, um deboche”, explica.


Essa chama, talvez, a gente possa chamar de dom que ela traz aceso de seu tempo de criança, das histórias que a avó contava em torno de rodas em volta de uma fogueira. Uma suposição feita quando a escutamos descrever como os filhos dos trabalhadores da terra onde passou a infância se juntavam para escutar as narrativas inventadas na hora. Num tempo sem televisão ou internet como distração e quase nenhum eletrônico.


E esse tempo ela esmiuçou mais num almoço que ofereceu dois dias depois da tarde de autógrafos. Fez surubim ensopado para a nossa pequena equipe de reportagem e os amigos. Enquanto conversava lidava com a panela e nos divertia com seu humor afiado.


Os olhos escuros e profundos, sempre brilhando ao falar dessa época. “Eu com 4 anos lembro. Ela [a avó] sentada com o vestidão comprido de saco de farinha de trigo, aqueles enrolava tudo. Por isso que eu gosto dessas coisas no cabelo”, explica apontando para o seu turbante. Mas também nos dando uma dica de como traz suas origens nos hábitos e gostos.


Lágrimas viram poemas

"(...)Terra, pisamos forte em você! E você aceita sem reclamar Corremos, também lentamente passeamos Sem esquecer de nossas bicharadas Embrenhadas em nossas matas Que em uma selvageria os homens invadem O seu lugar. É essa terra que tanto amamos E no fim de tudo nos consome" Celeste estrela, em Terra Abençoada

Fotos Lidi Lobo



Celeste Estrela diz que como a mãe havia partido para o Rio de Janeiro, quando a avó morreu, foi morar num internato. Os patrões da fazenda onde trabalhavam e viviam não deixaram ela ir para a capital carioca. “Os patrões tinham aquele amor danado pela minha avó. Então eles me levaram pra esse colégio interno”, ela lembra e explica, que era, na verdade, uma casa de recolhimento para meninas órfãs.


Mas o tempo todo Celeste prefere chamar a instituição de colégio interno, já que tinha família. Apenas não conhecia o pai. Nunca recebia visitas no tempo que esteve lá e, constantemente, se magoava com a pecha de órfã com a qual as outras meninas lhe aporrinhavam. Mas tinha família.


As lembranças dessa fase da vida também estão no seu livro. São dolorosas, contudo, como lhe é característico, ela tem uma serenidade para encarar. “É o lugar que eu me encontrei. Não tinha outra coisa”, afirma.


Esta forma muito característica de encarar a vida se acopla às falas dela. “É igual quando eu vim morar em Manguinhos. Barraco de tábua, sem água, sem luz. Mas é o que tinha na real”. E encontra, inclusive, uma lógica em seu destino. "Se eu viesse pra companhia da minha mãe, talvez eu não seria o que sou hoje. Minha mãe só ligava pra vida dela, do jeito dela, como tinha que ser... Eu não ia aprender tudo que aprendi”.


E talvez o aprendizado mais importante de Celeste Estrela foi esse jeito de ser. “Essas coisas de passar o que passei, lógico que a gente chorava pensando... Eu escrevia o meu livro e chorei... Eu não li o livro todo ainda que eu fico muito emocionada. Mas, assim... Eu não sei o que acontece. Eu sempre tive um astral bom, uma coisa, mesmo com todo sofrimento que eu tinha. Eu nunca fui revoltada, entendeu? Acho que isso me ajudou”.


O começo da jornada

"A minha faculdade foi muito diferente. Não foi igual a tua, sei disso. Foi sem livro, sem caneta e sem papel. Até chegar a encontrar a inspiração que Deus me deu Ninguém pode tirar Este dom que tenho Este dom que tenho sempre em minha cabeça a fumegar". Celeste estrela, em "Sem Faculdade".
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Quando fez 14 anos, Celeste Estrela já não pode continuar no internato. Seu irmão foi busca-la para morar no Rio de Janeiro com a mãe, ao lado do Cemitério do Caju, onde se iniciou um ciclo de pobreza mais duro.


Enquanto ela esperava o irmão ir busca-la, lembra que foi isolada das outras meninas. “Mas antes de sair do colégio eu fui muito isolada. Eles isolavam a gente. A gente não podia mais brincar com as meninas. Aquilo durou mais de um mês de sofrimento”, reclama.


Ao invés de conselhos recebia verdadeiras sentenças, que ela não sabia diferir entre orientação ou pragas. “Eu ia pra perdição. Eu ia virar mulher à toa como a minha mãe. Tudo eles falavam na minha cara. Não brinca com ela não, deixa ela pra lá. E eu ficava quietinha, chorando... Com medo de vir e ser o que eles diziam”, gesticula um encolhimento enquanto lembra.


O irmão veio busca-la, enfim. Ele, agora um rapaz de 17 anos, era um estranho para Celeste. “Quando meu irmão chegou pra me buscar... Eu com um medo danado dele... Porque eu não conhecia ele, né?”, recorda com detalhes as sensações. Inclusive o choque entre a forma que o imaginava a partir de uma carta e a realidade do porte dele quando o viu cara a cara.


Nesse momento, nada era confortável. Toda a vida reservada a ela era estranha como o irmão. Até o colégio já não mais a acolhia como de costume. Só restava seguir em frente no seu destino mesmo.


De repente, ela interrompe a própria fala, faz uma pausa e se corrige. Se dá conta que não é “vir” porque não está no Rio de Janeiro, mas em Minas Gerais. Com a cozinha agitada pelos amigos enquanto dava entrevista, chegamos a conclusão que Tiradentes já a fazia se sentir em casa novamente. Rimos.


A todo momento somos deliciosamente interrompidas com alguém nos enchendo copos ou oferecendo um petisco. E como se o tempo obedecesse a nossa vontade, a história se desenrolava em detalhes como se passasse um filme.



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Foto: Lidi Lobo

Cidade nem tão maravilhosa


E Celeste Estrela seguiu em frente com o irmão para o Rio de Janeiro com o estômago vazio. Sem conseguir engolir nada, apenas com uma lasquinha de queijo no estômago, veio parar, primeiro, numa favelinha (termo dela) no Caju. “Eu nem sabia que tinha cemitério do Caju. Eu não sabia nada”, lembra.

Parentes e amigos da família estavam na porta de casa quando ela chegou. Ela se sentia um bicho do mato, era muita novidade. Alguém lhe falou para dar bênção à mãe. E Celeste mal sabia qual das mulheres ali era a que a havia gerado. “Eu pensava assim: vou chegar minha mãe vai me reconhecer, vai fazer festa. Mas foi aquela indiferença. Aí ela veio, me deu a mão – a gente dava a benção beijando a mão – e só. Entrei para casa”, recorda.


Quando viu que moraria na rua do Cemitério, queria voltar para Minas Gerais. Tinha muito medo, conta rindo. “O problema era o medo das almas puxarem as pernas”, brinca. Mas era sério. Diante de tanta novidade, talvez o medo fosse da vida também. “Meu colégio era um palacete, vamos combinar”, afirma orgulhosa. E agora ela teria que viver num barraco de tábua, chão batido e apenas uma divisória fina dividindo o quarto. Teria que aprender a usar uma tina para lavar roupa, e fazer as “necessidades fisiológicas” num penico. Tinha que esperar ter companhia para buscar a água numa caixa d’água, não havia encanada. “Eles davam aquela lata de banha, colocavam um pau pra gente segurar e carregar a lata”, explica como era.


Foi difícil de se adaptar. Um dia que estava retornando da casa de uma tia, Celeste Estrela escutou a mãe se referir com desdém: “Eu não sei o que ela veio fazer aqui. Veio atrapalhar a minha vida. Não sabe fazer nada”, repete o que escutou da mãe. De fato, no colégio, Celeste aprendeu a ler, bordar e muitas outras coisas. Mas não havia aprendido a fazer trabalhos domésticos tão pesados quanto os que teria que enfrentar.

Depois disso, a relação entre as duas ficou bem difícil. “E foi aquele desencanto. O Galinheiro lá do colégio dava de 10 a zero no barraco onde eu me enfiei”, compara. Mais tarde, pra piorar, ela e a família seriam despejados. Motivo pelo qual foram procurar novo lugar para morar. Nessa busca, chegaram em Manguinhos.


Empregada doméstica não era trabalho


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Uma vizinha ajudou Celeste e a iniciou no serviço de empregada doméstica. Daí ela trabalharia de casa em casa de família. Nesse meio tempo também teve a primeira filha com 19 anos. Mas o pai não assumiu a menina.


Foi uma patroa que a incentivou a procurar um emprego com carteira assinada. Na época (década de 1960, calculamos pela idade de Celeste) empregada doméstica não tinha carteira assinada. “Minha mãe morreu sem nada. Dependendo de filho”, ela exemplifica. Sem falar que documentos eram uma realidade inacessível para Estrela.


O dinheiro era a conta para a sua sobrevivência. Depois, também com a segunda filha de um companheiro preso, passava falta de muitas coisas. E os documentos custavam dinheiro para serem tirados naquela época.


Mesmo com todo mundo jogando contra, Celeste Estrela conseguiu superar estes obstáculos. Lembra como era uma mulher sem perspectiva nenhuma aos 28 anos devido a dureza de suas condições. “A única coisa que eu pensava na vida era trabalhar, levar comida pras minhas filhas e pronto! Pensava em nada, no futuro não pensava”, define assim a sobrevivência.


Poesia na roleta


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"Amélia que era mulher de verdade. De tanto achar bonito não ter o que comer deve ter morrido desnutrida". Celeste Estrela em Mulheres de Hoje.

Celeste Estrela aceitaria os conselhos da antiga patroa e passou a trabalhar num novo emprego. Dessa vez, um que lhe desse mais direitos e melhorasse de vida. Assim virou trocadora de ônibus.


Sempre muito querida e conquistando amigos com carisma, outro dom do qual se orgulha, logo teria a escrita descoberta pelas colegas. Sempre pediam para ela escrever nos cartões de natal e de namorados. Antigamente, havia esse hábito de enviar cartões. “Aí um dia um colega me disse: Celeste, você é poeta. Você não sabe mas você é poeta. Aquilo foi abrindo minha vontade de escrever”, aponta a origem do despertar.


Contudo, nada era muito fácil. O companheiro da época tentava boicotá-la, via o que ela escrevia e rasgava, esforçava-se para diminuí-la. Celeste Estrela não se abatia. Esperava a cumplicidade da madrugada para desenvolver sua escrita. “Quando eu olhava no relógio, 2h. Sendo que 3h30 eu tinha que levantar pra trabalhar. Pegava o ônibus às 4h”. O sonho era ali, sem o sono.


Em 1987 participou de uma publicação chamada de “A Nova Poesia Brasileira”. Tinha que pagar para publicar seu poema. Juntou um número bom de escritos e podia publicar vários, mas cada obra era cobrada e por isso ela só publicou uma na antologia porque mais ficaria muito caro para suas possibilidades financeiras.


Cada autor, ganhava dez livros. Quando ficou pronto, ela foi mostrar para os colegas de trabalho. Ganhou mais incentivos. Foi desse jeito, ali na prática, entendendo sua escrita e ganhou confiança para correr atrás da sua literatura. “Eu não falo as palavras bonitas, mas falo o que vem de dentro de mim. É poesia”, define.


Continuou escrevendo e juntando os textos. No trabalho, já estava com tanta fama de escritora que chegou a escrever o discurso de inauguração do novo restaurante dos funcionários. Também não ficaria apenas na roleta. Subiu de posto, deixou o ônibus e passou ao escritório até a empresa fechar e ela ficar sem emprego.


Um renascimento


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(...) minhas palavras estão guardadas no tempo que tenho dentro da minha cabeça, meus pensamentos é um resumo disso tudo que ta lá dentro me perturbando. Aí guando as palavras fervem meus miolos, pego meu caderninho, minha caneta e escrevo, as vezes a outra opção é uma cerveja”. Celeste Estrela



Aos 58 anos, Celeste Estrela ficou desempregada quando a empresa de ônibus fechou. Para piorar, adoeceu na mesma época.


Antes de seguir com a história dela, começa a desenvolver a receita do surubim ensopado requisitando os ingredientes para os copilotos do fogão ali por perto. O tempo junta com a vontade de comer para nos lembrar do compromisso com o Festival Artes Vertentes que já se aproximava de mansinho pelas horas passadas. Teríamos que apressar a prosa.


Depois que a marcha da comida começou a andar, Celeste deu sequência à narrativa. Teve, naquela época, aos 58 anos, uma doença neurológica que custou a descobrir o diagnóstico. Chegou a ficar três meses internada e um ano tendo que usar cadeira de rodas. Aos sessenta ainda não andava direito. Os médicos disseram que ela ficaria assim até o fim de sua vida. “Muitas pessoas que tiveram essa doença não andaram mais. Tinha até um artista que morreu com esta mesma doença, que vai perdendo a força do corpo”, ilustra a gravidade pelo que passou.


Depois de uma série de diagnósticos e tratamentos, ela recebeu a ajuda de um pai de santo que uma amiga levou até ela. “Eu comecei a andar praticamente no braço dele. Ele me mandou sentar no chão, me rodeou com as coisas dele, chamou os cantos dele. Aí me levantou. Anda! Gritando comigo. Aí comecei a andar igual criança”, relata.


Ela conta que ficou com sequelas e que perdeu bastante força nos músculos, mas conta isso manejando uma panela de ferro pesada. De repente, ela para e observa a fotógrafa que acompanhava a matéria, Lidi Lobo. Ela tirava fotos de Celeste Estrela com uma mão e no outro braço carregava a filha Lucília e amamentava. Foi quando a escritora interrompeu o que falava e perguntou: “você é escorpião?”. A resposta afirmativa revelou a natureza inconfundível das duas. Então era isso, concluímos todas três com risadas.


Letras da cabeça para o papel


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Depois do almoço, Celeste Estrela no Ciclo de Palestras com Ísis Ferreira. Foto Divulgação AV/Marlon de Paula

Celeste Estrela é apaixonada por Manguinhos, mas nos fala que sempre entendeu a necessidade de estar fora de lá, no sentido de buscar concursos literários, fazer cursos e integrar projetos culturais e se lançar no mundo. “Eu corri atrás, eu não fiquei ali só parada na comunidade”, afirma orgulhosa sem deixar de exaltar a importância também de ser reconhecida no lugar onde vive.


Artista múltipla, conta que já participou de um filme, de um curta, que fez nu artístico, deu entrevistas e que ama o teatro. Fazia também parte de um conjunto musical. Até sua voz ficar prejudicada e ela ter que parar. Essa limitação ela diz que só deu mais força para a poesia. E tem gratidão pela comunidade que é muito ativa culturalmente. O que o padre Gegê, que trouxe Celeste de carro, e o companheiro Cláudio, reafirmaram orgulhosos.

É assim a palavra para Celeste Estrela: a satisfação de uma necessidade, a realização de um sentimento, exercício de vivência pura: “(...) minhas palavras estão guardadas no tempo que tenho dentro da minha cabeça, meus pensamentos é um resumo disso tudo que ta lá dentro me perturbando. Aí guando as palavras fervem meus miolos, pego meu caderninho, minha caneta e escrevo, as vezes a outra opção é uma cerveja”, escreveu na apresentação do seu livro.


E na dedicatória do exemplar que comprei dela, colocou o seguinte recado: “Daniela, com todos os problemas da vida que vivi, nunca me senti infeliz. Passou tudo”.



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