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Entre duas mulheres uma canção

Luísa Doné e Arele falam sobre o reencontro com a própria essência na música “Tanta coisa numa só”, destaque do Festival Nacional da Canção


Foto divulgação de Luisa Doné(esq.) e Arele (dir.)
Foto divulgação de Luisa Doné(esq.) e Arele (dir.)

A cantora, compositora e pianista mineira Luísa Doné e a multiartista catarinense Arele celebram uma parceria musical marcada por empatia, escuta e conexão entre mulheres. A música “Tanta coisa numa só”, composta a quatro mãos, foi selecionada para a 55ª. Edição do Festival Nacional da Canção e será apresentada ao público neste sábado, 26, em Tiradentes.


Luísa Doné, nasceu em Ponte Nova e atualmente mora em Belo Horizonte. Começou na música ainda criança, com incentivo do pai. Depois se formou em música pela Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP).


O primeiro single veio em 2020 e, desde então, desenvolve uma carreira autoral centrada na combinação entre voz e piano. “Tenho me dedicado a compartilhar minha mensagem com as pessoas através da música. Não consigo me imaginar fazendo outra coisa”, diz a artista, que agora trabalha na produção de seu primeiro álbum.


A história da parceria entre as duas começa à distância. Arele conheceu o trabalho de Luísa no YouTube, encantou-se pela canção “Em constância” e iniciou um contato que cresceu com o tempo. “A gente foi descobrindo amigos em comum, trocando ideias, e em algum momento eu mandei para ela uma letra que tinha escrito. Queria que ela fizesse um refrão, porque sentia que estava faltando alguma coisa”, conta Areli.


Assista ao vídeo da dupla no youtube.

“Tanta coisa numa só” é uma canção que fala sobre as transformações na vida da mulher, especialmente após a maternidade. Arele, que iniciou sua trajetória autoral em 2018 e voltou aos palcos após quatro anos dedicados à filha, escreveu a maior parte da letra inspirada nesse momento de reencontro consigo mesma. Luísa, com sua vivência em outra etapa da vida, contribuiu com um refrão que traz leveza e esperança.


A mistura de olhares resultou no diálogo sensível e potente entre as vozes das duas compositoras. “A música fala dessa jornada de autoconhecimento, de não se perder no meio dos processos da vida. Eu trago essa perspectiva de alguém que ainda não é mãe, que está em outra fase. É como se eu dissesse: não deixa o tempo te roubar de ti”, explica Luísa.


Arele revela que quando recebeu o refrão da amiga encontrou o que estava faltando: “Eu compus a letra da música e, quando terminei, fiquei pensando: 'Cara, nada disso aqui parece um refrão... Tá faltando um refrão!'. A música já tinha letra, melodia, harmonia, mas senti que precisava de algo mais”. Foi quando ela pediu a Luísa para completar a música.


Eu achei incrível. Falo muito sobre a minha fase de vida depois que tive filha. É um momento em que você tenta entender qual é sua nova identidade, sente falta de quem você era, mas ao mesmo tempo quer se reencontrar. O refrão que a Luísa criou foi muito acolhedor. Ela ainda não teve filhos, então tem uma outra perspectiva, mas mesmo assim conseguiu captar algo muito profundo. Parece até que é a minha filha, minha menina, me lembrando de quem eu sou e do meu valor.

A música foi produzida de forma independente, com apoio de financiamento coletivo, e culminou em um clipe e um show em Florianópolis com duas vozes e dois pianos. Apesar da distância geográfica, as artistas conseguiram se reunir para apresentar a canção no festival, um momento especial para ambas.

 

Arele conta que conheceu o Festival Nacional da Canção em 2019, quando participou grávida de sua filha. Depois de um período afastada por conta da pandemia e da maternidade, retornar agora, em nova fase, tem um significado especial para ela. “A minha filha trouxe muita força para eu retomar minha música. Ela me apoia bastante, é bonitinho. Estou bem feliz de estar aqui de novo, divulgando minha arte.


A inscrição da música no festival foi feita por Arele, sem que Luísa soubesse. “Foi uma surpresa muito agradável. Quando soube que a música tinha sido selecionada, a gente celebrou muito”, lembra Luísa.

Além da emoção de se apresentarem juntas, o festival também proporcionou trocas com artistas de diferentes partes do Brasil. “As expectativas são as melhores possíveis. É uma celebração da nova música brasileira. Todo mundo já está ganhando só por participar”, diz Luísa.


Essa química tem refletido na recepção da mensagem de “Tanta coisa numa só”. “Recebemos relatos de meninas de 13 anos até mulheres idosas que se identificaram com a letra. Foi algo que nasceu de forma despretensiosa, mas acabou tocando muitas pessoas. Eu gosto muito dessa música”, conclui Luísa.



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