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O futuro é melhor com mulheres na política

Lideranças femininas discutem a participação de mulheres na política institucional em evento organizado pela vereadora Sinara Campos.


Painel Mulherar a política. Da esq. para a dir.: Aline, Juliana, Lohanna, Sinara e Elizete
Painel Mulherar a política. Da esq. para a dir.: Aline, Juliana, Lohanna, Sinara e Elizete

Na última sexta-feira (12), o evento Caminhos para a Boa Política reuniu lideranças do Campo das Vertentes em São João del-Rei. Entre os debates, o painel “Mulherar a Política” mostrou que falar de poder também é falar de escuta, de cuidado e de resistência.


A mediadora, empresária e cozinheira Juliana de Moraes, abriu lembrando a desigualdade que atravessa a política brasileira: “Só o olhar da mulher pode transformar a realidade. Mas o patriarcado e o machismo ainda nos afastam desses lugares de decisão.”, afirmou.


A deputada estadual Lohanna Franca (PV) contou sua trajetória marcada pela luta coletiva: “A gente se organiza em conselhos, em associações, em bairros. Somos políticas demais, mas ainda falta atravessar para os espaços institucionais, onde se decide orçamento e política pública.”


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A vereadora Sinara Campos (PV), por sua vez, resgatou sua história em Santa Cruz de Minas, cidade marcada pela violência e pela falta de oportunidades para os jovens: “Eu tinha 22 anos quando decidi entrar na política. Dos treze meninos que conheci num projeto, três foram assassinados e dois estão presos. Eu quis mudar essa realidade e descobri que só dava para fazer isso pela política.”


A diretora da Associação Comercial e Industrial, Elizete Barbosa, trouxe o olhar do empresariado: “Ainda enfrentamos estereótipos e a cobrança de equilibrar muitos papéis, mas precisamos honrar as mulheres que abriram caminho e fazer diferença quando ocupamos esses espaços.”


E a representante da Associação de Pessoas Surdas, Aline Bonifácio, revelou mais uma barreira, a da inclusão, para mulheres com deficiência ocupar lugares na política: “Trabalhei dez anos recebendo meio salário por ser surda. Nós temos formação, capacidade, mas falta oportunidade e sermos vistas como iguais. Precisamos de intérpretes, precisamos de respeito.”


Entre falas diversas, um ponto se uniu: mulherar a política é transformar a prática da escuta e do cuidado em força coletiva. Como lembrou Juliana: “Se queremos mudança, precisamos buscá-la. A política é um espaço possível.


O painel terminou em tom de convocação. “Não aceitem a fala de que ‘sempre foi feito daquele jeito’. Sempre foi feito sem mulheres, sem negros, sem pessoas com deficiência. Está na hora de caber todo mundo”, afirmou Lohanna.

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